sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Pedido de casamento


Devo dizer que hoje o dia foi deveras estranho. Estava eu descansada no autocarro em direcção a Viana quando um senhor de 69 anos, sentado ao meu lado, começa uma conversa um quanto cordeal. Passado meia hora de blablabla... o senhor pede-me em casamento...com direito a pegar na mãozinha e tudo! Não sabia para onde me havia de virar... visto que a velhota do banco da frente não parava de olhar para mim com um ar de reprovação . Depois de uma amigável resposta negativa da minha parte. O senhor, que se chamava Manuel, mais conhecido por Nelinho, diz-me: "aiii.. menina olhe que é uma pena eu à minha mulher fiz 12 filhos a si nem sei...fazia-lhe uns 30..." . A partir deste momento devo dizer que a minha simpatia esfumou-se e para não ser mal educada fiz de conta que tinha que ligar a alguém...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009








A minha mente está parva, como se não bastasse inventarem mil e um acessórios e um telemóvel com a imagem “aterradora” da hello kitty agora também criaram uma Barbie com adereços da dita personagem animada. E depois ouço coisas parvas como: “eu sei que já não tenho idade, e também não gosto nada de Barbies mas é da hello kitty logo quero…”. Isto é ao que chamo síndrome da moda…

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Simplesmente porque gosto bastante do trabalho de Misha Gordin, aqui fica uma das sua fotografias

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Devo dizer que nunca gostei muito do dia de S. Valentim, desde já pelo meu historial amoroso. O que acabava sempre por acontecer era namorar com alguém durante meses mas antes de chegar a essa data, um mês antes ou uns dias antes, acabava tudo. Inconscientemente acho que terminava para não ter que inventar “ridículas” cartas de amor. Porém uns mais que outros acabamos sempre por ser pirosos e lamechas e usar expressões como “bebé”, “fofo” (não me obriguem a dizer mais…). Todas essas palavras soam mal quando as ouvimos noutro casal ou simpesmente quando não estamos pelo beicinho...quando isso acontece tais palavras deixam de ser estranhas visitantes e passam a palavras de carinho e afecto pelo outro... Assim termino com um poema que adoro de Fernando Pessoa:

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente Ridículas.)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Desilusão

Normalmente sou uma pessoa muito optimista mas há dias em que parece que tudo vêm ao de cimo e simplesmente tudo corre mal... Deste meu mau estado de espirito resultaram as palavras amargas que aqui trascrevo:

Raiva, cólera que me possuem…passeiam em mim e se apoderam da minha consciência sempre fiel, até hoje, faz-me cuspir, bater e berra contra as paredes, contra o meu corpo. Visitante possessivo, que magoa e consome. Sopraste-me aos sentidos e deixas-te que os nervos se movimentassem freneticamente dentro de mim. Quebras a calma e deixas-me odiar a paz; endoideço e berro chorando, não quero cair, não quero sentir o frio a quebrar os meus ossos e a asfixia a sentir-se à medida que a gravidade diminui com o toque estrondoso no chão. Cai o nobre, cai o pobre e caio eu. Não quero cair tenho medo, só a ideia de ter pensado nisto faz-me odiar-te mais, nunca desistir, nunca perder a calma, tudo o resto é acessório do desespero. Não sou gelatina, não sou pedra mas corpo que sangra e mente que endoidece com o cristal cego e insensível.
Que fizeram de ti, que fiz eu a mim…não me sinto eu, não me sinto capaz de fazer um porco dançar, ele é demasiado ignóbil e não tem autonomia nenhuma. Que nojo de cheiro este a estupidez…. Vá já chega de mimar o bebé, ele em breve será um adulto intragável e desprezível, como tu. Não digas que não, jamais o poderás contrariar caso contrário irá começar a disparatar e a negligenciar a sua falta de moralidade. Nenhum porco obedece a um cristal, pode no máximo engolir em seco e ser hipócrita como todos os porcos o são. Já não me dizem nada as pessoas, já não me dizem nada os porcos e os cristais. Mais tarde ou mais cedo acabam sempre por revelar o seu lado lunar. Faz-me brilhar, faz-me fingir um sorriso falso e podre para depois ser como tu, uma desilusão encarnando o ódio.
Estou a perder o controlo de tudo, na realidade, o “eu” é tudo o que me resta.
E tu meu amor mentiste-me, afinal quebraste o prometido, não estás mais ao meu lado. Meu amigo, eu sinto que tu foges de mim, creio que a história chegou ao fim, já não me amas, apenas confundes o comodismo com o sentimento correcto.
Amei mal, mal vivi e mal encerrarei a história, sozinha como sempre desde agora.
Não tenho mais nada em minhas mãos, terei que enfrentar a verdade, terei que partir o salto e abandonar a carteira num banco de jardim. Estou tão cansada…eu tento…eu corro…e recomeço… uma e outra vez mas o meu carácter persegue-me persistentemente. Que fizeste tu de mim minha mãe ..meu pai?! Mataram desde que nasci. Cuspo no prato e nos sonhos, parece que tudo perdeu sentido – desmorono, como um mural de porcelana. Perdoem-me porque vos culpo, mas a ideia de não poder culpar ninguém faz-me sentir tão mal. Desculpa-me minha mãe, beija-me e faz-me dormir para que o sonho se apodere de mim. Como eu gostava de ser criança, como eu queria poder apagar, e não me lembrar de nada. Talvez assim pudesse esquecer-me de quem eu sou e ganhar um recheio novo cá dentro.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Conversa no carro:
"-olha já foste ver o novo filme do Tom Cruise o"Valkyrie"? O gajo finalmente começa a fazer filmes mais ou menos decentes, desta vez não fez papel de galão.....
-pior era se fizesse-se de pingo já viste?"

Digamos que de vez em quando digo coisas menos felizes. Nem sempre podemos ser seres racionais e respirar cultura, de vez em quando, saem-nos lacunas que fazem-nos sentir estúpidos e parvos perante os outros, e foi exactamente assim que me senti ontem. Nessas situações a melhor escapatória possível é "sorrir e acenar"....

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Passei o dia inteiro a ouvir esta música, isso e o facto de estar sem fazer nada durante um mês levou-me a criar este blog. Pensamentos do dia, comentários de filmes, fotografias, textos etc. Espero que este seja um espaço de libertação para mim e agradável para quem lê. Refiro ainda que alguns dos textos não são espelhos da realidade mas "vivências" ou sentimentos de personagens idealizadas, ou se preferirem de heterónimos.