segunda-feira, 5 de julho de 2010

Melancolias de um carrossel

Sente o chão a tocar as minhas costas e o frio dos meus pés...
Vê o que eu sinto sem julgar ou sem repetir opiniões redundantes inconclusivas.
Não preciso de um dicionário ambulante ou de um "pois " no meio de interjeições sem sentido.... hoje simplesmente preciso de um "tu" que existiu um dia...
Não sei se me afecta mais a não obtenção de resposta ou o facto de os meus sentidos terem sido afectados, pois não vejo ou te ouço mas sinto que tudo está desmedidamente a mais.
Saltei muros, trepei castelos, ganhei e perdi guerras de carrossel mas não sei onde te perdi!
Em criança contava até 10 e mais tarde ou mais cedo aparecias, vigiavas, sorrias e aplaudias...
Quando foi que perdi direito ao aconchego de um abraço?
Quando é que o teu sorriso se esborratou e eu não vi?
Será que nunca existiu e criei pedaços de um passado ideal?
Não sei se prefiro que me mintas ou se descer à realidade, onde está o mundo que me prometeste?
Levaste a minha ambição, quando superei os sonhos e realizações e eles não significaram nada depois de alcançados!
Para quê correr de mais? para quê querer demais?
Dá-me um compasso e um polegar quero medir os percursos do caminho, os sonhos já lá vão.
Amarrotei-os no papel e rejeitei-os como não sendo meus...mas de um tu, que se desprendeu e se perdeu pelo caminho...
Onde estava eu? Perdoa-me se antecipei, se me deixei guiar por pensamento colaterais divagantes, se viajei demais num futuro que vi mentalmente!
Tudo me aborrece, tudo é igual...como uma sensação de déjà vu que enjoa e não satisfaz!
Não corras demais, não me agarres demais, vê o mundo que criei, sente o que perdi e conquistei passo a passo, e mente-me uma vez...
Hoje preciso de dormir com a sensação do teu abraço!

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